quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ajudemos os Botões de Rosa

XV

AJUDEMOS OS BOTÕES DE ROSA

A vida dos Espíritos de todas as categorias, tanto daqueles que iniciam os primeiros passos como seres encarnados, seja neste pla­neta terreno já em certo grau de adiantamento espiritual, seja na­queles onde ainda impera a lei do mais forte, a vida de todos eles obedece aos mesmos princípios evolutivos, e há de os conduzir a todos ao mesmo alto grau de aprimoramento espiritual.
Aqueles que já mereceram viver na Terra e aqui têm vindo século após século, já se encontram numa fase que eu denominarei de média evolução, embora ainda se encontrem em seu meio almas bastante endurecidas. Por endurecidas eu desejo significar um não pequeno número de encarnados refratários aos ensinamentos escla­recedores da vida no Além e suas obrigações para com Deus e Jesus. São almas que ainda não abriram o coração aos ensina­mentos do amor e da fraternidade, não podendo assim irradiar bon­dade e fé em torno de si, embora estes atributos se encontrem latentes em seu coração. É o mesmo que haveis de testemunhar ao tomardes nas mãos um minúsculo botão de rosa que em vão tenta­reis aproximar do olfato, visto como, sendo apenas botão, não pode exalar o delicioso perfume que somente a rosa perfeitamente aberta pode exalar.
Pois os nossos irmãos ainda na fase que chamamos endure­cida, são outros tantos botões de rosa que ocultam no íntimo dos seus corações os belos sentimentos que hão de elevá-los um dia à categoria de Espíritos Superiores. Prosseguindo com a imagem dos botões de rosa, já sabemos que sua abertura plena depende entre outros fatores, de sua fase de crescimento e maior ou menor expo­sição aos raios solares. Também os nossos irmãos endurecidos hão de alcançar seu próximo estágio evolutivo de Espíritos de fé, se­gundo a circunstância em que se encontrarem em relação aos ensi­namentos espirituais. Àqueles que tiverem a felicidade de conviver com outros irmãos esclarecidos, e ouvirem deles conselhos e ensina­mentos para seus Espíritos, mais depressa se abrirá o coração ao amor e à fé, e mais depressa alcançarão também o seu próximo degrau espiritual.
Já os demais, os que viverem retirados dos centros de irradia­ção espiritual, e por isto privados do convívio com irmãos prepara­dos que lhes ministrem os ensinamentos de que carecem, são botões de rosa criados à sombra, e só tardiamente poderão irradiar o per­fume que se aninha em seus corações. Disto se infere, por conse­guinte, que não existem homens maus e homens bons porque assim tenham nascido, mas simplesmente porque diferente é o seu grau evolutivo, ou seja, a sua idade espiritual.
Nosso Senhor Jesus manda-me recomendar a todos os meus lei­tores, em face do exposto, que ajudem no que puderem a abertura dos botões de rosa que lhes estiverem próximos, por meio de peque­nas palestras informais, conduzidas habilmente para esse objetivo, na certeza de que o que fizerem beneficiará igualmente a ambos: ao que recebe o ensinamento, iluminando-lhe o Espírito, e aos que o proferem, exercendo dessa maneira um mandamento divino: ensinar os ignorantes, estão com isso acrescentando luz aos seus Espíritos. É preciso contudo, agir com muita prudência e bastante paciência, não vão os ensinamentos que pretendem ministrar, provocar reação contrária da outra parte.
Nosso Senhor incumbiu-me ainda de recomendar aos estimados irmãos leitores deste volume, que se preocupem o que puderem com o nível de sua linguagem diária usada em suas atividades por que isso representa muito em relação ao maior ou menor brilho, de sua atual luz espiritual. Se um encarnado cujo Espírito se encontre classificado numa categoria bastante evoluída, usar habitualmente um tipo de linguagem incompatível com a sua categoria, devido quase sempre às circunstâncias do meio em que cresceu, uma certa névoa se formará em sua aura, empalidecendo-a de tal maneira que a mesma poderá ocultar-se aos próprios Espíritos Superiores. E quando este fenômeno se verifica, o que é deveras lamentável, esse encarnado poderá regressar a seu tempo ao plano espiritual de onde veio a Terra, em circunstâncias bastante desagradáveis para si próprio. Verificará então, que o desleixo com que viveu sua exis­tência terrena, segundo o nível da linguagem que usou, ao invés de contribuir para o seu progresso, o que fez foi determinar o seu estacionamento sabe Deus por quantos séculos. Já tem acontecido que mesmo enquanto na Terra, encarnados que se afeiçoam ao uso de uma linguagem condenável por sua deselegância moral, encer­raram sua vida física em situação bastante triste e dolorosa, com o corpo afetado por enfermidades produzidas exclusivamente pelos reflexos da má linguagem que tanto lhes agradava usar, julgando-se com isso originais. Acresce que um tal tipo de enfermidades a medicina terrena é impotente para curar porque entre vós não existem por enquanto certos medicamentos espirituais. Quer dizer: para enfermidades de origem moral, medicamentos espirituais; as­sim como para as de origem material, medicamentos terrenos.
Isto posto, meus prezadíssimos irmãos encarnados, quero ofere­cer-vos um ensinamento de grande utilidade para todos vós en­quanto permanecerdes na Terra, e de experiência para os vossos Espíritos quando vos for dado regressar ao mundo espiritual. Quero referir-me ao costume bastante difundido entre os seres humanos de toda a esfera terrestre, de se dirigirem a Deus, o Pai Celestial, assim como a Jesus, o Senhor do Mundo, como se o fizessem a um igual, a um amigo que dispensasse certas normas de hierarquia ou demonstração do maior respeito vosso. Esse costume nós o verifi­camos largamente difundido, mais certamente por falta de ensina­mentos por parte das diversas correntes religiosas existentes na Terra, do que propriamente pela índole de cada um. É necessário dizer a todos os encarnados que o ato de alguém se dirigir ao Pai Celes­tial ou ao Senhor do Mundo, e ainda às Entidades de sua devoção, deve ser precedido de uma demonstração de humildade tal, que uma vibração da maior pureza de sentimentos possa atingir no Alto a Entidade invocada. Costuma-se proferir uma prece, é ver­dade, antes do pedido. É necessário porém, que essa prece seja proferida pelo coração, mais do que pelas palavras declamadas porque essas palavras permanecem no ambiente e só o sentimento alcança o alvo visado — o Pai Celestial, o Senhor do Mundo ou as Entidades espirituais. Se aquele que necessita de algo e para adquiri-lo resolve dirigir-se às Entidades de sua fé, e o faz após a irradiação de uma prece verdadeiramente sentida e acompanhada de uma vibração harmoniosa de seu coração, e ainda isento daquela ânsia dos desesperados, mas tranqüila, serena, otimista, pode ficar certo de que o seu pedido se inscreveu por si mesmo nos arcanos espirituais, e seu atendimento já não necessita do beneplácito do Alto, porque o pedido levou toda a força requerida para se mate­rializar sem mais demora.
Argumentareis vós que em tal caso os aflitos, os desesperados, não poderiam ver-se atendidos em determinadas circunstâncias. Vosso raciocínio estaria certo por desconhecerdes o potencial enor­me de um pedido feito por um ser encarnado em momentos críticos, num naufrágio ou grave perigo, por exemplo, em que não sobra tempo para a prece nem a meditação. Nesses casos, que são muitos por toda à parte, a vibração de socorro emitida pelos Espíritos em perigo é tão poderosa, que todos nós a identificamos no Espaço pelo traço luminoso característico produzido no éter que circunda a Terra. Uma vez identificado esse traço, acorrem ao local as Enti­dades disso incumbidas, e o socorro é imediatamente prestado. Isto não quer dizer, contudo, que as vidas em perigo sejam todas salvas, mas algumas o serão, aquelas cuja hora de partir não tenha chegado para elas. As demais, as que não puderam ter sua permanência na Terra prolongada nesses momentos, são Espíritos cuja partida de regresso estava de antemão fixada, inclusive da maneira pela qual se verificar. Isto sucede em virtude da lei que conheceis pela denominação de Causa e Efeito ou Lei do Karma. É ela que pres­creve a maneira pela qual deverá desencarnar este ou aquele Es­pírito em peregrinação na Terra, cujos motivos o próprio conhece e conferirá em sua chegada de regresso ao seu plano espiritual.
Assim pois, desejo firmar ainda uma vez a necessidade de vos dirigirdes ao Pai Celestial, a Nosso Senhor, bem como aos vossos Santos preferidos, não em atitude de quem se sente em condições de ordenar que lhe enviem isto ou aquilo, mas em atitude de grande humildade, de muita bondade e doçura de coração, não se esque­cendo de acrescentar ao pedido a condicional de se o merecerdes, inclusive se ele for justo e conveniente para vós. Quem assim a Deus se dirigir, quem assim pedir a Jesus seja o que for, demonstrará desde logo pela maneira por que o faz, que seu coração se encontra em perfeita harmonia com as Forças Superiores, e portanto em estado de merecimento. Muitas outras coisas eu desejaria ensinar­-vos, meus queridos irmãos, para que mais depressa alcanceis a vossa meta espiritual. Como, porém, outros Instrutores aqui tereis depois de mim, eles certamente vos dirão o que faltar, e que tudo somado completará este valioso compêndio de ensinamentos espiri­tuais que hão de ajustar-vos na vossa ânsia de alcançar a Luz Espi­ritual que ainda vos falta.
Adeus meus amiguinhos. Se porventura necessitardes de algum novo esclarecimento que em mim esteja, apelai mentalmente para o vosso dedicado irmão e amigo

ANTERO DE QUENTAL

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Not. biogr. — Antero de Quental — 1842-1891 — Poeta-filósofo portu­gues. Nasceu em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Açores, em 18 de abril de 1842. Foi um dos caracteres mais nobres e um dos Espíritos mais profundos do Portugal moderno. Pertenceu a uma família ilustre por títulos nobiliárquicos e também literários. Feitos os primeiros estudos em sua Ci­dade, foi enviado a Lisboa, onde cursou o colégio fundado e dirigido por Antônio Feliciano de Castilho, e mais tarde para a Universidade de Coimbra, onde se bacharelou em Direito. Uma inteligência invulgar iluminava o Espírito de Antero de Quental, levando-o à produção de uma obra poética notável, e ao seu engajamento em virulenta e prolongada polêmica com outros poetas e escritores da qual resultou bater-se em duelo a espada, no Porto, com Ramalho Ortigão, do qual resultou um ferimento leve no pulso de Ortigão. Sua vivacidade e madureza intelectual positivou-se também na área política, com a organização em Lisboa de um programa de “Conferências democráticas”, iniciadas em maio de 1871, tendo por companheiros outras importantes figuras da época, entre as quais Eça de Queiroz, Oliveira Mar­tins, Manoel de Arriaga e Teófilo Braga. Estas conferências, porém, foram proibidas pelo marquês de Ávila, então presidente do Conselho de Ministros, o que levou Antero a dirigir-lhe uma carta “escrita com o fogo de sua legí­tima indignação”, segundo a crônica da época. Desgostoso com a situação em Portugal, Antero dirigiu-se aos Estados Unidos e depois à França, onde neces­sitou de consultar alguns médicos, inclusive Charcot. Regressando a Portugal bastante doente, retirou-se para a sua Cidade natal, de onde uma triste notícia em breve surpreendia toda a população culta: suicidara-se o grande poeta a 11 de setembro de 1891.



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Darci Dickel

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