sábado, 14 de novembro de 2009

Capítulo V

CAPÍTULO V
Da Fé

Pedi, sobre todas as cousas, estas três: fé, humildade e caridade. Assim vos disse, queridos irmãos meus, e também vos havia dito já que a fé transporta montanhas e é deste poder da fé que pretendo falar-vos agora. Mas deve-se compreender qual há de ser a fé, não a que se encerra somente em crer as cousas, que foram ditas em nome do Pai e por quem do Pai havia recebido mandato para que as ensinasse e divulgasse, mas a fé que é de Deus e que em nome dele há de ser recebida, aquela que para Deus eleva em essência os es-píritos e não em palavras. Crer na palavra que de Deus vem, muito é já, mas elevar-se até ela, bebendo seus preceitos como a própria essência do próprio ser, muito mais é; e quando por meio dessa fé se vêem as cousas de Deus com tanta clareza como por meio dos olhos do corpo as cousas do mundo, e quando nessa fé vive o espírito vida de luz e o invade, nela e por ela, intenso calor de amor e de sentimento puro da verdade e do desejo de justiça, de maneira que essa fé, por si tão intensa que com a própria essência do Pai nos confunde, porque até ele nos eleva, participantes nos faz dos divinos atributos e proporciona-nos tudo o que em Deus existe até onde a intensidade e a pureza de nossa fé alcança.
Em grande erro estão pois os que ensinam que a fé unicamente se encerra na crença do que não se viu, porquanto mau e bom se viu e não se viu, pois que até a verdade e até o amor, não em crença, mas sim em sentimento, faz-nos levantar a fé, sim, certamente esta fé há de ser a fé. Se tão simples causa fosse a fé, que bastasse fechar os olhos e dizer sim do que não se viu, para estar nela, que justiça teria havido no Pai ao premiá-la de vida eterna, se dito foi seu nome que as portas do céu sofrem violência e somente os violentos entram por elas?
Deve-se entender que a violência há de ser contra as nossas próprias paixões e não materialmente contra as portas do céu que não as tem, porquanto a casa de meu Pai é o que chamado foi o firmamento, e não tem limites; sem portas é portanto.
A fé transporta montanhas, também foi dito; ensinando com isto o grande impulso que em si mesma encerra a fé, e sendo assim, que de maior pode opor-se-lhe? — É pois a virtude suprema, porque as encerra a todas e vem depois de todas, mas há de ser tal como eu vos ensinei, fé que percorreu já vitoriosa a encosta da montanha, chegando ao seu cume e dominando do alto o que está abaixo do ser, em apetites desordenados, em aspirações de uma materialidade sem horizontes.
Que todas as gentes, ou senão todas, muitas dentre elas procurassem arrimar-se ao Messias porque tinham fé, que saísse dele virtude que os curasse de suas enfermidades, certo foi muitas vezes, e certo também chegou a ser em mais de uma ocasião que fizera sua fé o milagre de que iam em busca junto ao Messias. Portanto foi dito por ele muitas vezes: tua fé te salvou; quis dizer porventura, a minha fé te salvou? — Assim, quando dito foi “a fé transporta montanhas”, é porque grandes causas foram e são obtidas por virtude da fé, porque nada chega até onde ela chega; e quando vós tiverdes fé igual à do Filho de Deus, igual a ele vos vereis; tanto é grande a fé que por ela somente tão alto ascendereis. Mas tende isto por certo, que semelhante fé, que até o Pai alcança, tão-somente espíritos do Senhor, os que anjos foram chamados, têm-na conseguido, porque muito viveram, muito caminharam, muito sofreram, muito aprenderam e só no bem pensam e para o bem obram. Tão-somente eles, porém nenhum homem até agora, compreendem a fé, e a têm como a que aqui se entende e a que pode fazer milagres, ou o que assim chamais, como agora também pode fazê-los, e os faz. Nunca Jesus os fez.
Quando se disse que só pela fé sereis salvos, deste modo entendeu-se que devia de ser a fé;1 mas vós mesmos que recebeis o que estou dizendo não o entendeis, porque se o entendêsseis mais elevados estaríeis, compreendendo o que excede da crença à fé e dessa fé, de que todavia sois capazes, até à fé de que agora vos falo.



1 Bem entendido, isto significa que somente por nosso próprio progresso havemos de ser salvos, posto que unicamente ele nos há de elevar para a verdade e para o bem, até o infinito, quer dizer, até Deus. Eu disse muitas vezes que ninguém pode crer o que quer, senão o que pode, querendo significar com isto que a fé é tanto mais elevada quanto mais elevado é o ser que a possui. Resulta, como se vê, um grave erro o dos católicos que pretendem opor o cristianismo à ciência, porquanto é ele precisamente o que mais propende à ciência verdadeira, porém não à que freqüentemente o atraso humano pretende impor como ciência e que é conseqüência de falsas miragens, devidas aos pontos de vista errôneos de que costuma partir por seu materialismo, não já pela observação severa e experimentação conscienciosa, senão por meios primitivos e antigas preocupações dos que alcançam compreender o que podem ver e tocar. Este superficialismo e falso critério de observação é o que tem conduzido para o materialismo muitas mentes pouco profundas, demasiado amigas de detalhes e escravas das aparências. — Nota do Sr. Rebaudi.

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