segunda-feira, 12 de outubro de 2009

SEGUNDA PARTE

Batei, e abrir-se-vos-á

Pedi, e dar-se-vos-á1


“Não somente foi adulterada minha palavra até na letra, como também em sua própria essência a desfigurou o atraso dos homens, desses mesmos que a ouviram de meus próprios lábios.

“Não é orar o repetir palavras com o corpo curvado para terra e o semblante coberto pela máscara da devoção e da humildade.

“Não oravam os escribas e os fariseus, porquanto sua linguagem não era a da alma e somente é a alma que até ao pai se eleva pelo amor.

“O que muito ama já orou; o que deseja o bem de seus semelhantes, já orou também, e o que faz propósito firme de não pecar dominando a natureza carnal, o egoísmo e todas as baixas paixões, esse bateu, e abrir-se-lhe-á, esse pediu, e dar-se-lhe-á.

“Pedi assim com a alma, elevando o espírito para Deus pela sinceridade de vossos propósitos e pelo amor que deve reinar em vossos corações, assim também tereis orado como eu vos ensinei.”










1 Comunicação publicada pela Revista Magnetológica no número correspon-dente ao mês de janeiro de 1911 e recebida pelo Médium XX, da Sociedade Científica de Estudos Psíquicos.



PRÓLOGO


Nenhuma obra teve tanta ressonância nestes últimos tempos como a medianímica, intitulada VIDA DE JESUS, DITADA POR ELE MESMO.
Basta dizer que todas as revistas que se ocupam de estudos psíquicos e psicológicos tributaram-lhe grandes elogios, tanto pelo estilo e natureza transcendental da obra, quanto pela abundância das provas colhidas em apoio de sua autenticidade.1
Eu mesmo, tão inimigo do livro e até do autor,2 tive que curvar-me ante a evidência dos fatos de caráter medianímico3 e pessoal, que me assediavam sem cessar, corroborando o que já tinha sucedido em torno da mesma obra e aumentando consideravelmente seu valor como obra medianímica, pela evidente autenticidade de sua origem.


1 É sabido que tanto a 1ª como a 2ª parte foram recebidas pela mediunidade de escrita mecânica e submetidas a um rigoroso controle.
2 Muitos, guiados exclusivamente por sua boa-fé, tomaram a mal minha opinião contrária à personalidade de Jesus; porém eu creio que merecem mais respeito as opiniões formadas por meio da investigação e do estudo, com inteira honradez e sinceridade e sem outro propósito que o de chegar à certeza, que as opiniões aceitam, como por herança, com os olhos fechados e sem o menor esforço intelectual.
Considero, não obstante, dignas do maior respeito todas as crenças sinceras, porém me ocorre perguntar ao leitor se não lhe parece que algo de muita transcedência deve haver sucedido, para que eu, contra meus interesses e tendo a meu favor os argumentos, provas e dados numerosíssimos, que os investigadores modernos lograram amontoar ao redor da tese que eu defendia, que algo de muita transcendência, repito, devia ter sucedido para que eu mesmo me confessasse em erro, passando-me com armas e bagagem ao campo contrário.
3 Inútil seria dar aqui maiores detalhes sobre este particular, a não ser que o fizesse com muito desenvolvimento, pois, não se compreenderia, pela forma inteiramente espiritual das manifestações, que se afasta um tanto da materialidade tão procurada no fenomenismo.

Um só exemplo vou apresentar (o de menor valor talvez) pelo curioso e inesperado de sua manifestação.
Em minhas constantes discussões contra a personalidade de Jesus costumava dizer que não era possível crer que a Inteligência Suprema, Deus mesmo, fosse tão pouco hábil que mandasse seu Messias, revelador da nova doutrina, a Jerusalém, desconhecendo as vantagens que poderia ter alcançado sua predicação, do prestígio e domínio que Roma e Atenas exerciam no mundo, a primeira por seu poderio militar e a segunda por sua cultura, porquanto nenhuma força de expansão teriam de adquirir as novas doutrinas no meio de um povo que carecia do menor prestígio no mundo civilizado, não contando com poderio militar, nem com um comércio de importância, nem com riquezas, nem com indústrias, artes, letras, nem ciências capazes de dar-lhe alguma notoriedade.
As contestações que recebi a este argumento, levado ao próprio terreno do adversário, encontrei-as sempre frouxas e mais me pareciam evasivas. Porém, eis que muito tempo depois, um ano talvez, de haver repetido o argumento e quando me encontrava em sessão experimental na Sociedade Científica de Estudos Psíquicos, completamente alheio meu pensamento a questões filosóficas ou religiosas, ou que simplesmente se relacionassem com Jesus, ofereceu-se por minha própria mão, a seguinte comunicação semimecânica:4
“Querem hoje os homens ver no Messias, a quem antes negaram, não já o mediador, como a vontade do pai havia estabelecido, senão a personificação nele, do próprio Pai que o enviou.5 Jamais, porém, saíram dos lábios de Jesus tão temerários ensinamentos; mas preciso é, irmãos meus, curvarem-se perante os altos desígnios



4 Fiz já declaração pública de que obtive a convicção no mais além, devido à minha própria mediunidade de escrita mecânica, a qual perdi uma vez adquirida minha completa convicção. Em troca escrevo sob ditado com assombrosa facilidade, porque recebi desenvolvimento especial para isto. Tudo isto é dito não sem grande esforço, pois, no meio da ignorância que a respeito destas coisas ainda nos rodeia é grande o prejuízo que sofro como profissional. Mas estas coisas devem sabê-las os adeptos que me honraram com sua companhia e ajuda.
5 Sendo um enviado de Deus, converteram-no depois no próprio Deus. É o que quer dizer.

de Deus, que por meios incompreensíveis para o homem, cerca a verdade em cada tempo da forma de prestígios que mais lhe convém, para que sejam cumpridos os propósitos de seu novo ensinamento entre seus filhos; honrai, pois, assim ao Messias, nessa época de sua filiação divina na Terra, honrai-o com a verdade que o dito por ele comporta, no meio do tempo e dos acontecimentos que o rodearam....................................................................................... .................................................................................................................. A superstição e o desejo do maravilhoso, fomentados pelas fantasias de um discípulo que muito distante se encontrava dos verdadeiros propósitos do mestre, rodearam a minha pessoa dos prestígios da Divinidade, pela divulgação de falsos milagres, concorrendo com isto para que corressem as turbas ao encontro do portador da boa nova, do novo Profeta, do Messias tantas vezes anunciado, do salvador prometido e esperado tão pacientemente pelas gerações que se sucediam. Eis, pois, explicado o verdadeiro milagre, do qual dependia a notoriedade avassaladora do filho de humilde carpinteiro de Nazareth, a rápida divulgação de seus ensinamentos e a prova de tão indiscutível autoridade que se levantava frente a frente das Sagradas Escrituras, frente a frente do orgulhoso Sinedrim e frente a frente da tradição inteira com todos os seus profetas e com todos os seus divinos mensageiros. Assim também teve que suceder, pois a criança só comporta a linguagem da criança e não era possível que se tornassem estéreis os esforços do celeste semeador da nova semente, ao revelador da palavra do Senhor, que vinha em seu nome estabelecer a paz entre o império da Terra e os impérios dos Céus. Se certamente sua palavra não estava destinada a ser compreendida e seguida inteiramente durante o tempo de sua presença entre esses homens atrasados e rudes da Judéia, ela não obstante tinha seu papel de importância que desempenhar no seio do único povo que fazia da religião uma necessidade e da prática de suas doutrinas uma parte inerente à sua vida diária. Era daí, de onde devia tirar sua força de expansão, e tirou-a, não sem que dela algo aproveitasse também o mesmo povo hebreu tratado com bastante dureza mais tarde, em conseqüência do horrível crime de haver empapado as mãos no sangue do Enviado Celeste, que vinha levantá-lo da abjeção em que se encontrava, pelas rudes condições de sua vida devidas ao atraso moral e intelectual, em que gemia.
Erro é o afirmar a falta de oportunidade para a nova revelação na Judéia, porquanto não era o prestígio do êxito, não era a vitória do forte contra o fraco, não era o triunfo das paixões sanguinárias e o domínio estabelecido pelo terror, o que podia dar força de expansão à doutrina do amor aos nossos semelhantes, do perdão das ofensas e do retribuir o bem por mal. São justamente os fracos e os vencidos, os que sofrem, os que têm sede e fome de verdade e de justiça, são estes, justamente estes os únicos que elevam seus olhares ao céu e suas preces ao Senhor, e foram justamente os pobres e os deserdados, os enfermos e os perseguidos, os que eram vítimas da opressão dos poderosos, foram estes os que recolheram minhas palavras e as levaram aos quatro ventos.
“Oh!... Não me rechaceis agora, vós outros porque não me apresento com os sinais da evidência material e com o prestígio dos grandes fenômenos.
“Sempre o milagre, sempre o maravilhoso para dar valor à verdade!
“Eu não posso deixar minha natureza espiritual para entregar-me a exercícios de um fenomenismo material, magnífico para vós, porém indigno da elevada missão que venho novamente desempenhar entre vós ao abandonar as elevadas regiões onde a vontade do Pai me colocou.
“Oh! Não me rechaceis, pois, não rechaceis minha palavra, que é hoje a mesma de ontem, porquanto fui sempre vosso Messias, o Filho de Deus que haveis desconhecido, o Enviado de meu Pai, o Revelador da eterna verdade, assim como da vontade divina. Não rechaceis, pois, minhas palavras, porque rechaçaríeis a palavra de Deus. Vinde a mim de preferência pela humildade e pelo amor; chamai-me com a alma, que sempre me encontrarei onde dois ou mais se reúnam em meu nome. Não vos enganeis, pois, porque o que agora vos digo já antes vos disse. Não vos ofusquem a vaidade e os interesses mundanos. Desprendei-vos de vossas paixões e do apego dos bens materiais. Pensai em mim com sinceridade e com amor e me reconhecereis.” JESUS DE NAZARETH.

Tão acertada e sábia resposta demonstra um perfeito conhecimento de causa de quem a produzia que não podia ser outro senão o mesmo protagonista. Demonstra ao mesmo tempo que a Judéia tinha sido escolhida realmente com muita antecedência para pedestal da nova revelação e que ao ser escolhida se procedeu, não ao acaso, senão com inteira consciência das vantagens que oferecia. A manifestação, portanto, resulta inteiramente oposta ao modo de pensar do instrumento por cujo intermédio foi recebida. Por outra parte, a perfeita consciência que demonstra dos detalhes da obra, não somente prova, com muita clareza, que é de Jesus em verdade de quem se trata, senão que a simplicidade, cheia de elevação, assim como a certeza e a veemência das afirmações, produzem a mais profunda impressão de verdade e de sinceridade. A dúvida torna-se impossível e tem-se que admitir como verdadeira a assinatura daquele que deu tal comunicação. Porém, se isto não bastasse, a “Sociedade Científica de Estudos Psíquicos”, onde se recebeu a série de comunicações que formam, com a presente, o segundo tomo da “VIDA DE JESUS” (intitulado: Complemento), constitui por si só a melhor garantia de seriedade e veracidade, além das numerosíssimas e continuadas provas de autenticidade que a favor da obra se tem recebido sob formas diversas e por meio de vários intermediários.
O Sr. Ernesto Volpi, cavalheiro e distinto chefe do exército italiano, também diretor do Vesillo Spirita, disse que nenhum cristão deve carecer de um exemplar da VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO e que dela deveram publicar-se numerosas edições em todos os idiomas, não se podendo fazer maior bem que o de sua divulgação.
Por minha parte, posso assegurar que não conheço ninguém que haja lido este livro e não se tenha convertido em seu entusiasta propagandista.

OVIDIO REBAUDI


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Desejo a todos, muita luz, paz e amor.
Darci Dickel

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